segunda-feira, 5 de abril de 2021

A palmada não educa, destrói

 Dramático? Nem por isso.

Nos dias que correm, dar um estalo ao marido/mulher, namorado/namorada ao pai ou mãe é considerado violência doméstica. Ainda assim dar uma palmada numa criança continua a ser considerado um ato de educação. "Também apanhei e não morri", "uma palmada na altura certa faz a diferença".

Não faz. A palmada não educa, fragmenta. A palmada não traz respeito, traz medo, traz desconfiança e insegurança. Estaria a ser uma falsa moralista se escrevesse que nunca dei uma palmada nas minhas filhas, dei, e senti-me uma merda cada vez que o fiz, tal como me sinto uma merda quando lhes levanto a voz. Acredito e defendo que a palmada, o grito, tem mais efeito em nós do que nos nossos filhos. A nós alivia-nos e dá a falsa sensação de correção, já a eles tem o efeito contrário. Magoa, provoca medo e retração nos comportamentos. 

E sei bem do que falo, porque apanhei muito e sei bem o efeito que a tal palmada educativa teve. Porque um dia essa palmada deixa de ser suficiente, porque eles crescem, e passa a algo maior. 

Eduquemos então pelo exemplo, porque as crianças são muitas vezes o espelho dos pais e das ações que têm e observam em casa. Não poderemos nunca ensinar uma criança a não levantar a mão a um amigo "não se bate no amigo", quando nós próprios corrigimos o seu comportamento com palmadas.  

Bateríamos no nosso marido/mulher? 

Então porquê bater nos nossos filhos?

Sejamos para eles ainda melhores do que foram para nós 💓




Sem comentários:

Enviar um comentário

O seu comentário é bem-vindo!
Obrigada!