Isto porque existem dias que começam mal e terminam mal, começo a deixar de acreditar naquela história "depois da tempestade vem a bonança" parece que a bonança ontem se perdeu no caminho até mim, já a tempestade... essa encontrou-me e decidiu passar todo o dia comigo.
Logo bem cedo apercebi-me que me faltava um anel, com pouco valor monetário mas com algum valor sentimental, foi a primeira peça que comprei com o meu dinheiro, tinha eu 16 anos e na altura custou uns 30€. Já me disseram que no Inverno os dedos ficam mais finos, bem eu nunca tinha reparado em tal facto mas verdade é que bem antes do Inverno já eu lutava para que os desgraçados se mantessem no sítio. Parece que ontem um deles decidiu mesmo pirar-se.
Estava irritada o suficiente mas ainda faltava muito... Precisei de ir à segurança social e para não fugir à regra não havia local para estacionar o carro (tinha precisado de o tirar do estacionamento) e então lá o deixei meio na berma da estrada junto à porta do meu prédio, 4 piscas ligados e esperei que o stress não aumentasse. Demorei 30m na dita instituição e quando regressava a fim de procurar lugar para o florzinhas vejo um carro da polícia, eis que pensei "pronto vão passar-me uma receita" e mais meia dúzia de pensamentos confusos, este carro da polícia seria o mal dos meus problemas, pois um deles era o meu vizinho, outro um antigo vizinho meu e não se mostraram minimamente preocupados.
Muito quietinha entrei no carro e como quem não quer a coisa dei à chave, voltei a dar à chave, dei à chave de novo. Eis que meia hora com 4 piscas acessos destruíram a bateria (ou o que restava dela). Não estando ninguém por perto (nem pouco mais ou menos) que me pudesse ajudar restou-me esperar. Tudo isto seria uma triste infelicidade mas se tivermos em conta um aspecto a história até tem o se "quê" de cómica. O meu carro estava a bloquear um outro mas,felizmente, o condutor será um qualquer às ao volante pois conseguiu tirar de lá o carro sem me levar um farol, quer isto dizer que quando cheguei ao meu "pouco enérgico" carro além de não o conseguir fazer pegar ou ter alguém que o fizesse tinha um lugar vago mesmo ao lado.
Calculo que quem por ali passasse me insultasse ou nem se apercebesse do que estaria a acontecer pois a vergonha era tanta que me limitava a virar de costas quando alguém passava.
É então que aparece um vizinho que pergunta "Vai estacionar?" "Estacionar??? eu nem consigo tirar o carro daqui quanto mais estacionar!!!"
Lá foi o vizinho buscar uns cabos que nada fizeram, chamou um outro vizinho que tinha uns cabos tipo "infantaria militar" e lá conseguiu meter aquilo a funcionar.
Desta experiência recordo o trauma... de ter que estacionar de marcha-atrás num estacionamento em espinha... Sempre deu para aprender alguma coisa e tentar cavar um buraco para me enterrar, fundo, bem fundo!!!
Sorte sorte foi ter sido à porta de casa...
Isto só prova que um mal nunca vem só, espero que a srª tempestade tenha decidido abandonar-me e que agora venha a srª bonança!!
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