quinta-feira, 25 de agosto de 2011

"Ai meu Deus um urso... não espera é só um cachorro"

Há dois dias estávamos na rua com os nossos cães, eram umas 22h e numa zona escondida de forma a que o mais pequeno pudesse correr um pouco sem fugir para a estrada.

Repentinamente vejo uma menina que fugiu das mãos do pai e vejo também o meu reef a ir na sua direcção. Abanava o rabo super feliz, seria um episódio ainda mais engraçado se a menina estivesse educada relativamente a animais. Ao vê-lo gritou e correu, o reef correu atrás dela e eis que se ouve um "Ai meu Deus" vindo da mãe. Para os mais conservadores digo que o reef é um labrador com 4 meses e a reacção foi a típica de um bebé que vê outro bebé.


Ouvimos do pai um "O cão tem que andar preso!" ouvimos o mesmo pai mais tarde a dizer para a menina "Vês o que dá andares afastado de mim? Vai lá correr de novo e depois logo vês outro cão grande a vir atrás de ti"

A educação tem que começar nas crianças, não me digam que quando crescerem o medo desaparece porque é falso, se esse medo não for tratado irá permanecer, pior é quando o medo não provém de uma dentada ou de um susto, pior mesmo é quando o medo vêm da ausência de cidadania, da ausência de educação para aquilo que nos rodeia. Uma criança deve ser educada que um animal é para ser respeitado e que se todas as medidas forem tomadas não há razão para ter medo. Medidas? Sim medidas! Uma criança até aos 14 anos não deve ser deixada sozinha com um animal e não porque este possa ser perigoso mas porque as crianças por vezes não são tão inocentes como os pais as pintam e depois os azares acontecem. Uma criança com os seus 5 anos não deve andar na rua uns metros à frente dos pais, e não porque pode aparecer um cão mau! Não deve andar afastada dos pais porque não vivemos num mundo cor-de-rosa e, mais uma vez, os azares acontecem.

Ainda hoje li numa publicação diária que uma criança foi atacada por um rottwailler e lá voltamos de novo ao mesmo tema, o animal pertencia à casa e convivia diariamente com a criança e não, não foi o cérebro que cresceu mais que o crânio ficando todo esborrachado e o animal ficou violento do dia para a noite, este é outro mito que as pessoas insistem em seguir. Provavelmente a criança deve ter puxado aquela coisinha no fim do corpo chamada cauda e claro que o cão não gostou, ou puxou as orelhas. Ainda mais provável terá sido a criança aproximar-se da tigela de comida enquanto o animal comia. Alguns patudos permitem essas confianças mas não significa que todos possam fazer o mesmo senão vejamos, o meu irmão era na altura bebézito. Nós tinhamos o Alex, um salsicha que o adorava. Enquanto o Alex comia o meu irmão (ainda de fralda e a gatinhar) aproximava-se da tigela dele e mexia na comida, mexia na boca do Alex sem  que em altura nenhuma ter corrido riscos, eu no entanto na única vez que lá meti a mãozinha levei uma bela trinca.

Há uma coisa que as pessoas têm que apreender urgentemente, os animais são o reflexo dos donos, as crianças são o reflexo dos pais! Antes de pensarmos em educar os animais, temos que pensar em educar as nossas crianças e enquanto os pais continuarem com a linha de pensamento que descrevi acima as coisas apenas têm tendência a piorar!





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