segunda-feira, 4 de julho de 2011

Contas em tempos de crise


Última semana de trabalho, 8.40h mais coisa menos coisa. Num canal privado de TV é anunciada a medida extra e única de austeridade que será aplicada pelo governo.

Então lá diziam que este ano o Natal será mais pobre (?) pois será cortado uma parte do subsídio. Ora ainda com o cérebro a funcionar lentamente lá me meti a fazer contas e por momentos vi a minha vida andar (ainda) mais para trás. Pelo que percebi, mal felizmente, 50% do subsídio, que para a grande maioria das famílias é destinado a comprar uns belos presentes e quiçá uma férias na neve, será cortado. Lamentei que o nosso (des) governo não se tenha apercebido ainda de que esse mesmo subsídio para outras tantas famílias tem a finalidade de compor um pouco mais a mesa na época natalícia evitado assim que as contas ao orçamento mensal se tornem mais complicadas. 


Há uns anos vi uma reportagenzita daquelas típicas do Portugal dos coitadinhos. Uma família com meia dúzia de filhos esticava o mísero orçamento para que as crianças conseguissem ter na mesa aquilo que mais se pudesse parecer com uma consoada. É realmente um retrato triste de muitas e muitas famílias do nosso país mas mais triste ainda é que ninguém se lembre que essas mesmas comem durante todo o ano.  
Isto tudo para dizer aquilo que ninguém sabe, Portugal vai mal… Muito mal e a tendência é que continue a piorar. Muda o governo mas a miséria continua, como que de uma herança de família se tratasse.

Ainda a propósito da podridão em que se encontra o nosso país, no passado fim-de-semana vi uma reportagem sobre as férias no Algarve em que um sujeito diz com grande ar de felicidade que vai gastar o mesmo ou até mais comparativamente ao ano passado. Seguiu-se depois um lanche num pedaço de praia que para ele está reservada durante um mês. Terá esse senhor consciência de que nesta altura milhares de famílias se deparam com uma mesa vazia e crianças de barriga vazia? Ainda hoje enquanto aguardava para pagar umas compras básicas de supermercado fiquei a pensar no valor do dinheiro… Isto tudo porque à minha frente estava um idoso, com roupa e calçado que não estavam nas melhores condições, a juntar moedas para pagar 1L de leite.

Gostava cá eu de saber se o tal corte do sub. de Natal também se aplicará a Presidentes, Ministros, assessores e por aí fora. Acredito que, caso se aplique, no início de 2012 seremos uma valente nação podre de rica.

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